Prevenção é a saída para o combate às queimadas e incêndios

Publicado por: Glícia Favacho

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     Definitivamente, a prevenção de incêndios florestais configura-se como a maior arma contra um mal que, apesar dos esforços, continua sendo um verdadeiro desafio nesse período de grande seca, com elevadas temperaturas e baixa umidade, conhecido como “verão Amazônico”. E para abordar esse assunto, a equipe do Programa de Educação Ambiental da BR-23/422/PA esteve na Escola Família Agrícola (EFA) Jean Hebette em Marabá levando informações aos produtores e permitindo ao público presente um maior conhecimento sobre as consequências trazidas pelas práticas das queimadas ao Meio Ambiente.

    As queimadas e incêndios florestais no Brasil alcançam todos os anos dimensões gigantescas. São mais de 300 mil focos de queimadas por ano. Deste total, 85% acontecem em áreas da Amazônia Legal. Na região da Transamazônica, as queimadas constituem-se em prática agrícola usual, utilizadas para controle de pragas, limpeza de áreas para plantio e renovação de pastagens. Se de um lado a queimada facilita a vida de parte dos agricultores trazendo benefícios a curto prazo, de outro, ela afeta negativamente a biodiversidade, a dinâmica dos ecossistemas, aumenta o processo de erosão do solo, deteriora a qualidade do ar e provoca danos ao patrimônio público e privado, prejudicando a sociedade como um todo.

    Para realização da queimada controlada é indispensável seguir a legislação vigente, que inclui autorização dos órgãos competentes, além de se tomar as devidas precauções no momento de realização da atividade de queima (conhecer as características do terreno, fazer aceiros, optar por horários mais amenos e sem ventos fortes, ter em mãos ferramentas adequadas e etc). As penalidades para quem não obedecer à legislação envolvem a prisão (de três a seis anos) e multas que variam conforme a gravidade da infração, podendo chegar a R$ 50 milhões, dependendo da área queimada e desmatada.

    Os participantes receberam orientações sobre prevenção e combate aos incêndios urbanos e rurais, principalmente para evitar destruição de redes de eletricidade, cercas e acidentes rodoviários. Foram apresentadas algumas alternativas agrícolas como os sistemas de produção sustentáveis, que não necessitam do fogo para limpeza ou manutenção. Entre essas tecnologias, destacam-se os sistemas agroflorestais, o sistema plantio direto, agricultura orgânica e a Integração lavoura-pecuária-floresta (ILPF), dentre outras.